terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

É urgente destruir crueldade


Pode ler-se no site da Câmara Municipal de Évora que o brasão da cidade representa “um cavaleiro armado de prata, realçado de azul, galopando em cavalo negro e empunhando uma espada de prata ensanguentada; em contra-chefe duas cabeças de carnação, caídas e cortadas de sangue, uma de homem à dextra e outra de mulher à sinistra toucadas de prata”. Tudo indica que o cavaleiro é Geraldo Sem Pavor, responsável pela conquista de Évora aos “infiéis”. As cabeças degoladas são, nitidamente, mouriscas. O sangue da espada também é, seguramente, mourisco.

Algumas manifestações de barbárie e de intolerância religiosa como: a escravatura, a pena de morte e a Santa Inquisição foram abolidos de Portugal, apesar da tradição. Mas essa mesma tradição não permite que a representação da carnificina seja suprimida do brasão da cidade de Évora.

Muito criticamos a barbárie dos outros, a intolerância religiosa dos outros, mas não nos vemos ao espelho. E se olhássemos para o espelho, o que veríamos? Talvez não víssemos grande coisa. É que “o maior cego é aquele que não quer ver”.

Como escreveu Eugénio de Andrade: "É urgente destruir ... ódio ... crueldade, ... muitas espadas".

2 comentários:

  1. o Brasão da cidade da Horta
    ainda tem uma coroa Monarquica

    achas que alguém ainda sabe desenhar brasões?
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Bras%C3%A3o_de_armas

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  2. A coroa monárquica não é actual mas não é um símbolo sanguinário.
    Agora, usar cabeças decepadas como emblema???!!!

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