quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Haruki Murakami

" Whether in music or in fiction, the most basic thing is rhythm. Your style needs to have good, natural, steady rhythm, or people won’t keep reading your work. I learned the importance of rhythm from music — and mainly from jazz. Next comes melody — which, in literature, means the appropriate arrangement of the words to match the rhythm. If the way the words fit the rhythm is smooth and beautiful, you can’t ask for anything more. Next is harmony — the internal mental sounds that support the words. Then comes the part I like best: free improvisation. Through some special channel, the story comes welling out freely from inside. All I have to do is get into the flow. Finally comes what may be the most important thing: that high you experience upon completing a work — upon ending your “performance” and feeling you have succeeded in reaching a place that is new and meaningful. And if all goes well, you get to share that sense of elevation with your readers (your audience). That is a marvelous culmination that can be achieved in no other way.
Practically everything I know about writing, then, I learned from music. It may sound paradoxical to say so, but if I had not been so obsessed with music, I might not have become a novelist. Even now, almost 30 years later, I continue to learn a great deal about writing from good music. My style is as deeply influenced by Charlie Parker’s repeated freewheeling riffs, say, as by F. Scott Fitzgerald’s elegantly flowing prose. And I still take the quality of continual self-renewal in Miles Davis’s music as a literary model."
(Parte de um ensaio de Haruki Murakami. O texto completo pode ser encontrado aqui)

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Noam Chomsky

Noam Chomsky é um linguista, filósofo e activista político. É professor de Linguística do MIT. É judeu e cidadão dos E.U.A. Em 2010, Israel impediu a sua entrada no país. A notícia está aqui.
Participou activamente no Fórum Social Mundial em Porto Alegre, em 2003.
No YouTube estão disponíveis muitos vídeos de conferências dadas por si.
Muito interessantes estas duas:

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Morrer de fome é também crise?

Num só dia, encontramos centenas de referências, análises e notícias acerca da crise económica.
Da fome que mata cerca de 21000 crianças por dias, poucas ou nenhumas.
A fome afecta mil milhões de pessoas, a maioria vive no Terceiro Mundo. Mas, o Primeiro Mundo não está imune; a pobreza extrema está nas suas ruas: 49 milhões de estadunidenses passam fome, mais 20 milhões do que em 1980. A obesidade, o problema oposto, afecta outros mil milhões de pessoas. Um em cada três crianças e 67% dos adultos dos E.U.A. são obesos, mais do dobro que em 1980. Podemos ouvir aqui as declarações de
Ellen Gustafson.
Extraído de
¿Es también crisis morirse de hambre?, da autoria de Ramón Lobo.

Tortura ou psicoterapia?

Seis dos oito candidatos republicanos à eleição para Presidente dos Estados Unidos consideram que não é tortura submergir em água um preso manietado e provocar-lhe asfixia para que faça uma confissão.

domingo, 13 de novembro de 2011

O dinheiro tornou-se obsoleto?

Excertos do texto de Anselm Jappe, publicado no suplemento Actual, do Expresso de ontem:
A crise confronta-nos com o paradoxo fundador da sociedade capitalista: a produção dos bens e serviços não é para ela um objectivo, mas apenas um meio. O único objectivo é a multiplicação do dinheiro, é investir um euro para conseguir dois. Quando este mecanismo entra em falha, é toda a produção real que sofre e que pode mesmo bloquear completamente. Ficamos então como Tântalo que, pelos crimes que cometeu, foi condenado a uma fome e sede eternas, apesar de ter alimento e bebidas aparentemente à descrição.
Não existe nenhuma crise na produção em si, o que já não funciona é o interface que se coloca entre humanos e o que eles produzem: o dinheiro. Teremos armazéns cheios, mas sem clientes, fábricas em condições de funcionar perfeitamente, mas sem ninguém que nelas trabalhe, escolas onde os professores já não se apresentam, porque ficaram durante meses sem salário.
As misérias do mundo devem-se a uma espécie de feitiço que separa os homens dos seus produtos.
Só nas últimas décadas é que chegámos ao ponto de quase toda a manifestação da vida passar pelo dinheiro e este se te infiltrado até aos recantos ínfimos da existência individual e colectiva. Sem o dinheiro, que faz circular as coisas, somos como um corpo sem sangue.
Assistimos a uma desvalorização do dinheiro enquanto tal, à perda do seu papel, à obsolescência.
A substituição do trabalho vivo – a única fonte do valor que, sob a forma de dinheiro, é a finalidade única da produção capitalista – pelas tecnologias, que não criam valor, quase fez secar a fonte da produção de valor. O capitalismo, ao desenvolver, sob a pressão da concorrência, as tecnologias, serrou, a longo termo, o ramo em que estava sentado. A não rentabilidade do emprego de capital só pode ser mascarada com um recurso cada vez mais maciço ao crédito, que é um consumo antecipado dos ganhos esperados para o futuro.
Ninguém pode dizer honestamente que sabe como organizar a vida de dezenas de milhões de pessoas quando o dinheiro tiver perdido a sua função. Seria bom admitir, pelo menos, o problema. É talvez necessário prepararmo-nos para o pós-dinheiro como para o pós-petróleo.

De mal a pior?

Ou há cura? Com europeus do norte e do sul cada vez mais desgarrados uns dos outros e americanos entalados entre um banana na Casa Branca que não sabe usar os dons que tem e fundamentalistas da fé e do mercado cuja ignorância assusta (nenhum dos candidatos a candidato republicano à presidência em 2012 admite aumentar qualquer imposto e um dos dois à frente nas sondagens não sabia que a China tinha armas nucleares), o mundo não encontra fixe onde cravar o primeiro pilar de uma ponte que levasse a futuro melhor. (...)
Crónica de José Cutileiro publicada no Expresso de ontem.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Muita acção e pouco humor!

Muita acção e pouco humor é, de uma forma muito sintética, o que eu achei do filme “O Segredo do Licorne” de Steven Spielperg. A banda desenhada tem cenas de fino e superior humor que, neste filme, é afogado pelas ondas de acção e violência. O capitão Haddock, os irmãos Dupond e Dupont, Bianca Castafiore, personagens que a banda desenhada tão bem caracterizou, aparecem diluídos na acção. Da mesma forma que prefiro slow food, teria preferido um cinema em que pudéssemos saborear a riqueza das personagens criadas e tão bem definidas por Hergé.

Destas Aventuras de Tintim, não gostei!

domingo, 6 de novembro de 2011

Na Líbia, há mulheres com menos liberdade!

Na Líbia, actualmente, há homens com mais liberdade mas há mulheres com menos liberdade.
No Expresso de ontem, da autoria de José Cutileiro:
"Há dias, o presidente do conselho nacional de transição da República da Líbia, Mustafa Abdel-Jalil, congratulou-se com o sucesso da revolução, exprimiu o desejo de que o país se tornasse mais piedoso, disse que a sharia, a lei islâmica, determinaria a legislação futura e abriu o caminho para a prática mais frequente da poligamia, declarando que o estipulado em lei do tempo de Kadhafi sobre a matéria - se um homem casado quiser casar com mais uma mulher deverá dar razões para isso e obter autorização da primeira mulher - seria modificado. A poligamia tinha praticamente deixado de existir durante os últimos anos do regime de Kadhafi. Jornalistas ocidentais em Tripoli e Bengasi registaram o desagrado vivo de muitas mulheres, sobretudo das mais novas e mais instruídas, mas registaram também contentamento e apelos vibrantes a mais islamismo da parte de muitos homens em todas as regiões da Líbia."

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Construir o Inimigo

Construir o inimigo é o título de um ensaio de Umberto Eco, publicado em livro. Escreve Umberto Eco: “Para manter o povo sob controlo, é necessário inventar constantemente inimigos, e pintá-los de maneira a inspirarem medo e repugnância”.
Foi do que me lembrei, no domingo passado, 30 de Outubro, ao ler o título de 1ª página do jornal Público. Estava escrito: "José Sócrates pede a deputados do PS para chumbarem orçamento".
Para a suposta acção de José Sócrates, o Público utilizou o verbo pedir. Podia utilizar outros verbos, por exemplo: advogar, defender, pressionar. Mas não. O verbo pedir é mais coerente com a visão que o Público tem da acção política. Para o jornal Público, os políticos não agem por convicção mas por interesse. Não defendem as ideias que entendem ser as mais correctas. Pedem favores.
É esta a informação "objectiva" que temos! No mínimo, situacionista!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Meia-Noite em Paris

Há uns meses li "Paris é uma Festa". Uma visita à Paris dos anos 20. Hemingway, sua mulher Hadley, Scott Fitzgerald, Zelda Fitzgerald, Gertrude Stein, James Joyce, Ezra Pound, Ernest Walsh. Os cafés, os jardins do Luxemburgo, os cais do Sena, a chuva, os estúdios. Escreveu Hemingway: "Paris vale sempre a pena, pois somos sempre compensados de tudo o que lhe tivermos dado."
Agora, ao ver "Meia-Noite em Paris", senti-me a revisitar o livro de Hemingway. O filme é muito mais do que isso. É uma história com outras histórias dentro. É um filme romântico com uma magnífica banda sonora, boa e adequada fotografia, bons personagens, boas interpretações, enfim, bom cinema.