“... O dom da fé não nos é dado a todos do mesmo modo nem se esgota no formato de um Deus mais ou menos escanhoado; cada um de nós tem a possibilidade de escolher entre o amor que acende o mundo e o ódio que o apaga.
Dir-me-ão que nada é tão simples – e não é, de facto, porque escolher o amor significa perder o direito ao conforto da cobardia, prescindir da segurança dos caminhos previamente traçados, estar disponível para merecer a felicidade, isto é, enfrentar de olhos abertos os obstáculos, a dor, a mudança. (...)
Num mundo que celebra e louva a desatenção, a corrida bárbara para lugar nenhum, ...
‘Aceitação’ é outra palavra caída em desuso porque, na voragem em que escolhemos des-existir, a confundimos com resignação ou desistência – e é rigorosamente o seu contrario: só pode aceitar o que a vida lhe apresenta quem sabe quem é e o que quer.
...acordarei feliz nas mais árduas manhãs, dizendo: o amor é meu pastor, nada me faltará”
Estes são excertos da crónica de Inês Pedrosa publicada no jornal Sol de 22 de Julho. O texto foi escrito a propósito da morte de Maria José Nogueira Pinto e das últimas palavras da sua crónica de despedida: "O Senhor é meu pastor, nada me faltará".
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