Não, desta vez não foram os suspeitos do costume. O autor do massacre de Oslo não era negro, nem cigano, nem judeu, nem sequer árabe. Foi um branco, louro, cristão e ultra-direitista. Afinal, nem depois de Bin Laden ter sido morto, o ocidente se pode considerar em segurança. É muito mais inquietante o facto de o autor do massacre ter sido alguém nascido e criado no ocidente. Temos de nos questionar: porque terá a nossa sociedade gerado um ser capaz deste crime hediondo?
Sabemos que o autor do massacre era amante dos videojogos e da caça. Já não é a primeira vez que se admite a relação entre os videojogos e actos de extrema violência. Mas não é só através dos videojogos que a violência é servida às crianças. Há dias, fui ver o filme “Carros 2”. Com a classificação de filme para maiores de 6 anos, o filme, a propósito, ou melhor, a despropósito de corridas de carros, exibe imagens de grande violência: tiroteios, enormes explosões e mortes. A mim, não me parecem imagens adequadas a crianças com 6 anos. A classificação etária dos espectáculos deve ser mais cuidadosa!
Como há dias escreveu Inês Pedrosa: “cada um de nós tem a possibilidade de escolher entre o amor que acende o mundo e o ódio que o apaga”.
Acredito que o caminho certo é o da tolerância e da não violência.
Claro que a questão tem de ser aprofundada. Felizmente, o assassino foi apanhado com vida e poderá fornecer mais elementos. Seguramente, na campa de Anders Breivik (assim se chama o fulano) não será colocada a inscrição, habitual na Noruega: takk for alt (obrigado por tudo).
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