quinta-feira, 24 de março de 2011

Como educar?

Há talvez um mês, li uma referência elogiosa que o meu amigo Artur Cristóvão escreveu acerca do livro “O filosofo e o lobo” da autoria de Mark Rowlands. Estou agora a lê-lo e estou a gostar muito. Para já, destaco os seus ensinamentos - que considero de grande utilidade - acerca de: como treinar um lobo. Escreve o autor que aqueles que consideram que é impossível ensinar lobos estão completamente enganados. Continua, esclarecendo que há dois erros clássicos, a seguir descritos.

1º Encarar o treino como uma batalha de vontades, em que o lobo tem de ser pressionado a obedecer. Quem enveredar por este caminho falha redondamente. Quem experimentar treinar um cão grande e agressivo dessa forma, de certeza que no final terá um cão muito pouco simpático.

2º O erro oposto: pensar que a obediência do cão se consegue não através da autoridade mas através de recompensas.

Como proceder?

“A atitude certa para treinar um lobo deve ser: vais fazer o que a situação exige – nesta situação não há outra hipótese. Não é a mim que tens de prestar contas, é ao mundo. (...) não uma autoridade dominadora e arbitrária cuja vontade deve ser obedecida a qualquer preço, mas um educador que deixa o lobo compreender o que o mundo pretende dele.”

Agora, vou explicar porque considero estes ensinamentos de grande utilidade. Não é por considerar que muitos de nós, mais cedo ou mais tarde, teremos de treinar um lobo. Nem estou a classificar os humanos como lobos. Ora, o que eu penso é que é exactamente esta a atitude que se deve tomar quando se está a educar uma criança. Seguindo este princípio, não estamos propriamente a ensinar uma criança a ser boazinha, estamos sim a ensinar a criança a distinguir as atitudes estúpidas e das atitudes inteligentes.

2 comentários:

  1. As coisas valem pelas ideias que nos sugerem.

    Esse "como proceder" pode ser interpretado de mil e uma maneiras.
    É tão geral e genérico que estará sempre de acordo com os ideais de quem lê.

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  2. Pois é! Se um livro nos der algumas referências, já é muito bom. Podemos conseguir alguma "sinalização de trânsito". Mas é cada um de nós que carrega no acelerador, que vira o volante e que mete a mudança adequada.

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