domingo, 4 de março de 2012

A Porta do Inferno

A Porta do Inferno – Auguste Rodin – Museu d’Orsay, Paris – foto de Beatriz Brasil

A história da arte é uma história de intercâmbio no espaço, de intercâmbio no tempo e entre as várias formas de arte. Veja-se a porta do Inferno, de Rodin, encomendada em 1880 e inspirada na "Divina Comédia", de Dante. Concebida em bronze, tem 180 figuras de diferentes dimensões. Algumas delas acabaram por ser reproduzidas em tamanho maior, como esculturas independentes. É o caso de "O Pensador". Daquela grande escultura, refere Siza, "saíram obras de arte extraordinárias, mas o resultado da porta é confuso. Não é nada brilhante. Não poria esta porta num edifício". A porta de Auguste Rodin "é o reflexo de algo que acontece naquela altura, e passa por uma separação entre as artes. Já não há aquela complementaridade, mas começa a ser escultura uma coisa, pintura outra, arquitetura outra e por aí fora. É uma época riquíssima no panorama artístico, mas acontece essa disseminação que só mais tarde viria a ser atacada e considerada".
(excerto do artigo de Valdemar Cruz "O horror ao vazio e ao silêncio" - suplemento Atual do Expresso de ontem)

3 comentários:

  1. O que é que o pensador está ali a fazer?

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  2. Será que o Siza queria dizer que não poria a porta num edifício ou que não poria um edifício na porta?

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  3. 1. Dante meditando sobre a sua obra (a Divina Comédia)?
    2. Inclino-me para a 2ª hipótese.

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