“Nunca filmo uma fatia de vida porque as pessoas podem muito bem encontrar isso em casaou na rua, ou até diante da porta do cinema. Não precisam de pagar para ver uma fatia da vida. Por outro lado, afasto igualmente todos os produtos de pura fantasia, porque é importante que o público possa reconhecer-se nas personagens. Rodar filmes, para mim, quer dizer em primeiro lugar, e antes de tudo, contar uma história. Essa história pode ser inverosímil, mas nunca deve ser banal. É preferível que seja dramática e humana. O drama é uma vida de que se eliminaram os momentos aborrecidos. A seguir entra em jogo a técnica e aí, sou inimigo do virtuosismo. É preciso acrescentar técnica à acção. Não se trata de colocar a câmara num ângulo que provoque entusiasmo no chefe operador. A única questão que me ponho é de saber se a instalação neste ou naquele sítio permite dar à cena a sua força máxima. A beleza das imagens, a beleza dos movimentos, o ritmo, os efeitos, tudo deve ser submetido e sacrificado à acção.”
Alfred Hitchcock
Fonte: Cineclube de Viseu
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