Pablo Picasso, Portrait of Gertrude Stein, 1906, Metropolitan Museum of Art, New York
(When someone commented that Stein didn't look like her portrait, Picasso replied, "She will". Stein wrote "If I Told Him: A Completed Portrait of Picasso" in response to the painting.) (Wikipedia)
“Raimundo
Silva acendeu o candeeiro da mesa, a rápida luz por um momento pareceu apagar
as rosas, depois elas reapareceram como se a si mesmas se reconstituíssem,
porém sem aura nem mistério, ao contrário do que se julga e pôs a correr foi um
botânico o autor da célebre frase, Uma rosa é uma rosa é uma rosa, um poeta
teria dito apenas, Uma rosa, o resto caberia no silêncio de contemplá-la.” (José Saramago, "História do Cerco de Lisboa", pág. 244)
“Uma rosa é
uma rosa é uma rosa” não é uma frase de um botânico, é um verso de um poema de
Gertrude Stein (1874-1946). Americana que viveu em Paris desde 1903, foi uma figura
incontornável do meio artístico parisiense nos anos 20 e 30. Do seu círculo de
amigos faziam parte: Picasso,
Matisse. Braque, Derain, Juan Gris, Apollinaire, Max Jacob, Erik Satie, Jean
Cocteau, Ernest Hemingway, Scott Fitzgerald entre outros. James Joyce não se
submeteu à figura tutelar de Gertrude Stein e foi por ela depreciado. Escreveu
Gertrude Stein, em 1924: "Quem apareceu primeiro, Gertrude Stein ou James
Joyce? Não se esqueçam que o meu primeiro grande livro, «Three Lives», foi
publicado em 1908. Muito antes de "Ulisses". Não nego que Joyce fez
qualquer coisa mas a sua influência é apenas local. A sua hora já passou tal
como aconteceu com Synge, outro escritor irlandês."(Helena Vasconcelos in Storm Magazin)
Hemingway, no livro “Paris
é uma Festa” fala de Gertrude Stein e da sua residência, onde ia assiduamente.
Também Woody Allen a inclui como personagem do filme “Meia-noite em Paris”.
Obviamente, Saramago faz
uma crítica velada a Gertrude Stein.
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