quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

"Destino" de Beethoven


Retrato feito por Joseph Karl Stieler, em 1820
“Passava pouco das cinco horas, a campainha tocou. Um toque leve, como de passagem, que precisamente fez correr Raimundo Silva à porta como se tivesse medo de que fosse uma vez para nunca mais, só na sinfonia de Beethoven o destino chama e torna a chamar, na vida não é assim, há ocasiões em que tivemos a impressão de que alguém estava lá fora à espera, e quando fomos ver não era ninguém, e há outras em que chegámos apenas um segundo tarde de mais, e tanto fazia, a diferença é que, neste caso, ainda podemos ficar a perguntar-nos, Quem terá sido, e levar o resto da vida a sonhar com isso.” (José Saramago, "História do Cerco de Lisboa", pág. 257/258)
Vejamos o que escreveu Aline Guimarães, site do Conservatório de Música Mozart (Baía):
"Durante o Romantismo, a Literatura, a Pintura, a Música, enfim, as artes, vivem a apoteose do sentimento. Tudo é muito pessoal e as emoções dominam o cenário, sempre muito intenso. Nesse post quero acompanhar com vocês, três momentos musicais que transmitem essas sensações apaixonadas, nostálgicas e embriagantes que determinam o Romantismo.
Comecemos ouvindo o primeiro movimento da Sinfonia nº 5 de Ludwig Van Beethoven, ele que foi um ícone do seu século e um vanguardista das harmonias. A 5ª Sinfonia é também chamada de “Destino”, numa alusão às quatro notas que se repetem como motivo melódico em toda a obra. Dizem por aí que essas notas foram inspiradas por uma batida à porta do mestre Beethoven, que disse: “Assim nos chama o destino…” Nessa sinfonia, ele consegue transmitir toda a fúria das paixões e das arrebatadoras transformações revolucionárias. (...)"

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