terça-feira, 10 de julho de 2012

Peer Gynt de Ibsen


Edvard Grieg compôs para a peça de teatro Peer Gynt de Henrik Ibsen.


Sinopse da peça:
Peer Gynt, um lavrador norueguês, passa o tempo a sonhar e perde-se em fantasias que o abstraem da realidade da quinta. Ase, a sua velha mãe, acusa-o de desleixar os trabalhos. Mas Peer tenta convencer a mãe de que um dia será rei ou imperador. A mãe lembra-o que a preguiça lhe custou a noiva, filha de Hegstad, que se prepara para casar. Impulsivo, Peer decide impedir o casamento. Ao chegar, todos troçam das suas roupas andrajosas, exceto, Solveig, mas até ela acabará por o evitar depois de saber da sua reputação. Ofendido, embebeda-se e vai buscar a noiva a um armazém onde ela se tinha fechado. Entretanto, chega Ase que, armada de um bastão se apronta a dar uma lição ao filho. É quando todos os convidados apercebem Peer em fuga para as montanhas carregando a noiva nos ombros.
Peer embarca então numa série de aventuras fantásticas. Abandona a noiva que raptou e embrenha-se na floresta para casar e depois abandonar a filha do rei dos Elfos. Na floresta depara-se com um monstro. Depois de passar, resigna-se a desafiar o monstro para uma luta. Está prestes a ser devorado por uma nuvem de pássaros quando ao longe se ouvem vozes de mulheres e sinos de igreja; o monstro desiste. Peer constrói uma cabana na floresta onde Solveig se reúne a ele para uma existência fora-da-lei. Mais tarde, Peer reencontra a filha do rei dos Elfos e o filho de ambos. De novo, numa cruzada da vida, decide partir e pede a Solveig que espere por ele. Vai despedir-se da mãe, mas encontra-a moribunda. Agarra na mãe e conta-lhe um conto de fadas para a tranquilizar… depois, fecha-lhe os olhos já sem vida, beija-lhe as faces, e agradece-lhe os açoites e as canções de embalar.
Peer está de novo de partida, e deambula mundo fora. Vende escravos na América, ídolos na China, rum e bíblias. É assaltado, mas faz-se passar por um profeta árabe no deserto africano. Foge com uma dançarina, Anitra, mas quando param para descansar, esta subtrai-lhe os seus tesouros. E assim vê-se de novo em luta contra uma vida sem sentido. É coroado Rei dos Lunáticos num asilo, torna-se arqueólogo perante a esfinge e, finalmente, regressa à Noruega de barco. O barco naufraga. Peer e o cozinheiro do navio agarram-se desesperadamente a um destroço; para se salvar, atira o cozinheiro ao mar. Chega, por fim, ao seu país. As aventuras e a sua idade já lhe dão direito a um merecido repouso. Encontra um Fundidor de Botões que lhe diz ter de o derreter, mas Peer recusa-se a perder a alma e implora pela sua salvação. Afirma que, no fundo, não é uma má alma. Mas é justamente esse o problema, Peer não é mau o suficiente para o inferno, mas não merece o Paraíso. E, por isso, vai para a concha e ser transformado num não-ser a não ser que consiga provar ser merecedor do Inferno.
Peer Gynt conta todos os seus feitos: como vendeu escravos, enganou, iludiu e se salvou em troca da vida de outro homem. Mas o Fundidor de Botões permanece irredutível.
Os dois chegam à cabana na floresta e à porta lá está Solveig, agora envelhecida.
Aguarda-o orgulhosamente, vestida para ir até à igreja, de missal na mão.
Peer Gynt atira-se a seus pés e suplica-lhe que revele os seus pecados.
SOLVEIG – Estás aqui! Oh, Deus seja louvado!
PEER GYNT – Grita os meus crimes contra ti!
SOLVEIG – O teu crime? Contra mim? Fizeste da minha vida uma canção de sonho!
PEER GYNT – Mas quem sou eu? Onde estive?
SOLVEIG – Tu és o meu amor. E viveste sempre na minha fé, na minha esperança, no meu coração.
Por detrás da cabana surge a voz do Fundidor de Botões, 
«Voltaremos a encontrar-nos, Peer Gynt. E então veremos...»
enquanto ele se afasta, Solveig diz a Peer,
«Velarei por ti, dorme e sonha agora».
Peer Gynt afunda o rosto no colo de Solveig
(do programa do Festival ao Largo 2012)

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