A crise não pode ser pretexto para regressar ao passado. Temos direito a um país livre, a um país limpo, a um país justo.
O mais importante que tenho para vos dizer é que, em momentos assim, de crise e perturbação, as sociedades encontram, no fundo de si mesmas, energias que pareciam adormecidas e que, de repente, acordam. Não sei se estamos a despertar de um sonho ou de um pesadelo, mas o importante é acordar. Acordar e agir.
E agir quer dizer ligar as três camadas de Portugal que estão separadas: ligar a geração qualificda, a ciência e a tecnologia à reorganização do Estado e da economia sempre com uma forte consciência social.
"Desespero, desespero e mais desespero. Muito bem". Simplesmente - como diz Miguel Torga - "é necessário que esgotado o cálice da amargura, surja a bebedeira da esperança. A humanidade quer seguir viagem. E se não formos nós a dar-lhe essa certeza e servir-lhe de guias, quem há-de ser?".
Sabemos bem que nesta barcaça não passaremos. Mas num navio de maior calado e velas amplas, com a coragem do presente e o futuro como horizonte, passaremos de certeza.
Sim, passaremos, porque há causas que dão sentido à nossa vida.
Sim, passaremos, porque a eternidade é agora ou não será nunca. E é agora que o país mais precisa de nós.
Sim, passaremos.
Juntos, solidários e livres, passaremos!
(excertos do discurso do Reitor da Universidade de Lisboa na Abertura do Ano Académico UL/UTL 2013)
Discurso completo, aqui
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