No dia 7 de fevereiro de 2010, a
população ucraniana escolheu Viktor Yanukovitch, candidato reconhecidamente
pró-russo.
Viktor Yanukovitch venceu as eleições
presidenciais na Ucrânia, tendo ficado em segundo lugar Júlia Timochenko. Até essa data Júlia Timochenko era primeira-ministra. Dá-se
uma inversão do rumo que a Ucrânia seguia de aproximação à União Europeia.
Em novembro de
2013 a Ucrânia suspende as negociações para um acordo de associação com a União
Europeia. Seguem-se três meses de violentas manifestações.
Em fevereiro de
2014 Yanukovitch é destituído por decisão do
Parlamento. Mas o Parlamento tinha legitimidade para destituir o Presidente? A decisão foi legal ou
tratou-se de um golpe de Estado? Esta questão tem sido omitida na informação
que chega até nós. A informação que nos chega apresenta uma visão parcial da realidade e antigos fantasmas do tempo da “guerra fria” têm sido acenados. O que é certo é que a sitação é
completamente distinta. Não existem duas super-potências mas sim uma única.
Continua a existir a NATO mas deixou de existir o Pacto de Varsóvia. Assim, é
completamente irrealista falar em “ameaça russa”. Há sim é que ter em conta a
complexidade étnica e cultural da Ucrânia, que está longe de ser um país
homogénio.
O russo é amplamente falado,
em especial no leste e no sul do país. Segundo o censo de 2001, 67,5% da
população declararam falar o ucraniano como língua materna, contra 29,6% que
falam o russo como primeira língua. No sul e leste da Ucrânia a população
russófona é claramente maioritária, pelo que é natural que não aceite o novo
poder saído daquilo que tudo indica ter sido um golpe de Estado. O extremar de posições origina a rotura, o que já
ocorreu na Crimeia. Só é possível preservar a unidade territorial da Ucrânia
se for tida em conta a população russófona do país – quase um terço da
população. No mapa apresentado é evidente a divisão do país. Só políticas e atitudes moderadas permitem a preservação da unidade do país. A radicalização de posições conduz à rotura e ao desmembramento da Ucrânia que está a acontecer.
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