quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Marie Sklodowska Curie

Comemoram-se em 2011 os cem anos da atribuição do Prémio Nobel da Química a Marie Sklodowska Curie pela descoberta dos elementos rádio e polónio e pelo estudo dos seus compostos. Este facto serviu de motivação a que se tenha declarado 2011 como o Ano Internacional da Química. Mas este ano celebra-se igualmente um século sobre a descoberta do núcleo atómico por Ernest Rutherford. Este notável acontecimento leva-nos a recordar que ainda não foi esclarecida uma das interrogações mais fundamentais de todos os tempos, uma questão central para a compreensão do universo: «de que são feitas as coisas?», ou seja, «o que é a matéria?». Os antigos gregos já tinham formulado duas respostas distintas: a de Empédocles de Agrigento, de natureza “química”, na qual se definiam quatro elementos – o ar, a água, a terra e o fogo – que juntamente com dois princípios – o amor e o ódio – explicavam a diversidade das substâncias existentes; e a de Demócrito de Abdera, de natureza “física”, que baseava toda a riqueza do real na existência de átomos que se moviam no vazio bem como nas suas interacções.

A ciência moderna corresponde a uma maneira própria e muito eficaz de observar, descrever e transformar a realidade. É hoje um vastíssimo corpo de conhecimentos organizado em disciplinas, subdisciplinas e especialidades, mas dividido tradicionalmente em grandes domínios, entre os quais sobressaem a química – a ciência das substâncias e das suas combinações e a física – a ciência da massa e da energia.

(...) As reflexões, bem como os debates com o público, vão servir certamente para solidificar e perfumar os caminhos que teremos de percorrer neste século à procura de um mundo melhor.

João Caraça
Director do Serviço de Ciência da Fundação Calouste Gulbenkian

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