segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A mosca na Arte

Virgem e Filho de Carlo Crivelli

O Museu de Évora reabriu há um ano e meio, depois do edifício onde está instalado ter sofrido obras de requalificação, segundo projecto do Arq.º Hestnes Ferreira. Depois da sua reabertura já lá fui quase uma dezena de vezes e, de cada vez, há sempre algo de novo a ver. Numa dessas visitas, participei numa visita guiada por Celso Mangucci, Técnico Superior do Museu. Foi escolhida uma dúzia de obras que foram objecto de observação comentada. Uma das obras seleccionadas foi uma natureza morta representando uma salva com pêssegos. Curiosamente, sobre um dos pêssegos encontrava-se uma mosca pousada. No renascimento e no barroco europeus era frequente a representação de uma mosca muito realista. De acordo com o historiador Giorgio Vasari, essa prática teria tido origem num episódio ocorrido com Giotto. Estava Giotto a pintar sob a orientação do seu mestre, Cimabue, quando pintou uma mosca sobre o nariz de uma figura. A representação era tão realista que Cimabue tentou enxotar a mosca da tela. Giotto tinha acabado de conseguir enganar o seu mestre. Um exemplo dessa prática pode ser observado em “Virgem e Filho” (1480) de Carlo Crivelli.

1 comentário:

  1. tanto a nível estético
    como literário
    e obviamente artistico

    este "post" é muito muito bom


    abraços
    e continua!

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