terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Linguagem vernacular

"Imbecilmente sublime, disse Marx", de Jorge Fiel:
"Como é hábito na nossa terra, ao mínimo descuido recorro ao calão e tenho especial apreço pelo insulto, uma disciplina elevada à categoria de arte pelo capitão Haddock.
Da fabulosa colecção de insultos do velho marinheiro, destaco aqui alguns avulso, como analfabeto diplomado, astronauta de água doce, apache, cataplasma, flibusteiro, protozoário (acho delicioso insinuar que alguém é um ser unicelular, sem funções diferenciadas) e troglodita - um insulto que o professor Marcelo adora usar.
"Sua badalhoca! Não te lavas por baixo", foi o mais espectacular insulto que ouvi, algures nos anos 80, numa briga entre mulheres na Ribeira.
A arte do insulto não é um exclusivo de personagens de banda desenhada ou mulheres arreliadas. Também é declinada por políticos ilustres.
"Vadio grotesco, desajeitadamente manhoso, velhacamente ingénuo, imbecilmente sublime, superstição premeditada, paródia patética, anacronismo inteligentemente estúpido, palhaçada histórico-mundial, hieróglifo indecifrável" foi o comentário escrito por Karl Marx a propósito da esmagadora vitória de Luís Napoleão nas presidenciais francesas de 1848.
Entre nós, o "vá para a puta que o pariu", cuspido a Francisco Sousa Tavares por Raul Rego, e registado no Diário da Assembleia da República de 19 Março 1980, soa cru e brutal, mas a altercação valeu pela resposta do marido de Sophia: "O senhor é um escarro moral".
Um insulto pode ser voluntário e Scut (ou seja, sem consequências), como foi o caso do cabo da GNR que mandou "prò caralho" o sargento que lhe recusou uma troca de turno e foi absolvido pela Relação de Lisboa, que lhe perdoou a virilidade verbal.
Um insulto pode ser involuntário e portajado (ou seja, ter consequências), como está a ser o caso do presidente da República que faltou ao respeito de 9,9 milhões de portugueses ao queixar-se que os dez mil euros que recebe por mês não lhe vão chegar para as despesas.
Cavaco arrependeu-se e ficou desorientado, como se vê pelo facto de ter tentado emendar a mão através de um circunspecto comunicado à Lusa, em vez dos habituais e modernaços posts no Facebook.
Compreende-se que ele queira controlar os danos e virar as atenções para outro lado. Mas, caramba, ele e a sua rapaziada deviam ter aprendido alguma coisa com aquela barraca das escutas a Belém inventadas no Verão de 2010 em benefício do "Público".
Pior que o insulto involuntário é tentar encobri-lo pondo "fontes da Presidência" a jorrar uma intriga de meia-tigela que no fim-de-semana fez as primeiras páginas do "Expresso" ("Cavaco contra Estado mínimo de Passos Coelho") e do "Público" ("Cavaquistas querem que Vítor Gaspar saia"), baseadas naquilo que Marcelo apelidou, com graça, "cavaquistas anónimos".
A um PR exige-se mais profissionalismo e competência. Em tudo. Até nas manobras de intoxicação e contra-informação."

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Festival de Angôuleme

Jean-Claude Denis venceu o Festival de Angôuleme. As suas obras mais importantes são "Quelques mois à l'Amélie" e a série "Luc Leroi". "O seu traço meticuloso e sensível, a sua paleta de cores espectaculares, o seu sentido da narrativa e a sua escrita fazem de Jean-Claude Denis um artista incomparável”, disse à AFP o crítico e editor de BD Dominique Poncet, comentando o grande prémio. “Com o seu desenho luminoso e elegante, como ele próprio aliás, aproxima-se do realismo ‘à la’ Peyo [autor belga criador dos Estrunfes].”

Guy Delisle

No Festival de Angôuleme, o prémio para o melhor álbum foi atribuido a "Crónicas de Jerusalém" da autoria de Guy Delisle.
Blog "Comme ci, comme ça" de Guy Delisle, aqui.
Trailer do documentário "The Guy Delisle Chronicles" realizado por Phillip Rashleigh, aqui.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Mariscal: "Ganhámos com um 600 retocado"

O trailer do filme aqui.
Espreitar os bastidores aqui.
Chico e Rita - Besame Mucho, aqui.
Chico e Rita - Excerto 1, aqui.
Chico e Rita - Excerto 2, aqui.
Chico e Rita - Excerto 3, aqui.
Chico e Rita - Excerto 4, aqui.
Chico e Rita - Excerto 5, aqui.
O filme de animação "Chico e Rita" de Fernando Trueba e de Javier Mariscal acaba de ser nomeado para o óscar de melhor filme de animação.
Estou certo que é melhor do que o "Segredo do Licorne", o que não é difícil, apesar dos, comparativamente, muito escassos recursos utilizados.
Mariscal faz uma comparação eloquente: "Isto não é um Mercedes, é um 600 retocado. Não trabalhámos com software sofisticado mas apenas com o que nós próprios inventámos, fizemos a animação de toda a vida".
Notícia no site do El Pais, aqui.

Mitchel Forman

Faz hoje 56 anos.
Aqui, ao vivo no "The Baked Potato", clube de Jazz de Los Angeles.

To pose or not to pose? That is the question


Vídeo de Joe Edelman aqui
Site de Joe Edelman aqui

Alfonso Zubiaga

Foto de Alfonso Zubiaga - Filipinas

Site de Alfonso Zubiaga aqui

Posar ou não posar, eis a questão

Retrato realizado por Slim Aarons en 1959 en California.

Posar es congelarse por unos segundos y hacerlo, se entiende, con el calor de la vida. Es eso que diferencia a una persona fotogénica de otra, su capacidad para respirar cuando un fotógrafo te pide que no te inmutes. El tercer volumen de la Colección C Photo gira alrededor del posado, sin duda uno de los ejes que determina la historia de la fotografía y la actitud a lo largo de las décadas de los fotógrafos frente a las personas fotografiadas y viceversa.

Bajo el título Posado, no posado, el libro incluye trece porfolios que han sido elegidos por Tobia Bezzola, comisario del Kunsthaus de Zúrich y editor invitado de este tercer volumen de esta serie de libros dedicados a la fotografía. Para Bezzola “la pose” es un asunto de cuya trascendencia roza lofilosófico y va más allá de la historia de la fotografía ya que determinarasgos psicológicos de cada época. “El posado nos habla de cada momento de la historia. Hoy en día, por ejemplo, los jóvenes –tan expuestos a la imagen- manipulan hasta el extremo sus propios posados. Los exageran como si fueran estrellas del pop o del cine creando un géneronuevo en la fotografía”

Todos posamos”, afirma Bezzola, “es algo que nos diferencia de los animales"

“Todos posamos”, continúa Bezzola, “es algo que nos diferencia de los animales. Son gestos, modos, que explican nuestra relación con el mundo. Pero posar, la idea de la pose, ha cambiado notablemente a lo largo de los años, hasta convertirse en un término peyorativo. Durante la historia del arte cualquier representación pictórica de una persona dependía de la pose: sin pose no había imagen. Hasta que no llegó la fotografía y el movimiento para cambiarlo todo a finales del siglo XIX”.

El nuevo volumen recoge porfolios de fotógrafos cómo Slim Aarons, Guy Bourdin, Ghislain Dussart, Hester Scheurwater, Jaques Henri Lartigue, Federico Patellani, Pawel Jaszczuk, Edward Quinn, Rico Scagliola & Michael Meier, Jules Spinatch, Thomas Struthy Garry Winogrand. Junto a estos creadores, el libro incluye una selección de imágenes del los archivos del Departamento de Policía de LosÁngeles (LAPD) (en la que Bezzola desarrolla la importancia del archivo), del que proviene la fotografía de portada, Mujer víctima de una violación, tomada por Babbit en 1947.

Una de las fotografías de Lartigue del nuevo número de C Photo.

Bezzola, que con este libro pretende hacer una historia de la fotografía a través de la historia del posado, ha elegido la obra de fotógrafos tan dispares como Slim Aarons y Jaques Henri Lartigue, cuyas obras recogen un mundo radicalmente opuesto. De esta manera la selección, explica el comisario, tiene como meta “perfilar el campo de tensión creativa que existe entre lo posado y lo no posado, a lo largo y ancho del cual se han movido los fotógrafos durante los últimos cien años”.

En esa tensión creativa, la obra de Aarons destaca por devolver en los años 50 a la fotografía las técnicas del retrato del siglo XVIII. Sus trabajos de aristócratas y estrellas de cine en sus dominios convierten sus composiciones en cuadros modernos. En el polo opuesto, Lartigue, aquel hijo de un industrial adinerado que persiguió la expresión de la felicidad desde que le regalaron de niño una cámara. Lartigue no supo hasta los 70 años que lo que había escrito durante años con su mirada era una de las páginas más importantes de la historia de la fotografía: “Él fue el primer maestro del no posado. El primero que se convirtió en un verdadero virtuoso de eso que hoy nos parece tan común: lo natural y espontáneo”

(Origem aqui - site do jornal "El País", citando a "C Photo Magazine". Site da revista "C Photo Magazine" aqui)

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Mario Vargas Llosa diz não ao Cervantes

Mario Vargas Llosa não aceitou o convite para presidir ao Instituto Cervantes, por considerar que o cargo é incompatível com as suas tarefas literárias. O título no site do jornal El País é: "Un Vargas Llosa lleno de proyectos literarios dice 'no' al Cervantes" (notícia aqui).
O escritor recusou a oferta através de carta enviada ao presidente do governo, Mariano Rajoy, manifestando a sua disponibildade para continuar a colaborar com a instituição.
Esta é a segunda vez que o Prémio Nobel recusa a oferta. Em 1996 o então presidente do governo, José María Aznar, tinha-lhe feito uma proposta semelhante.
Obviamente, subiu na minha consideração e, quanto a mim, mostrou vontade de manter a independência e liberdade na sua efectiva intervenção social, recusando tornar-se uma figura decorativa.

A única sabedoria digna desse nome

"Morte de Séneca", de Rubens (Museu do Prado)

Inês Pedrosa no jornal Sol de hoje:

“Na era das redes sociais, a dignidade individual parece mercadoria de saldo.

Olha-se para o outro como para mais uma coisa a usar e descartar, um elemento lúdico ou decorativo, um saco de boxe no qual se descarregam as tensões e frustrações, tornadas endémicas pela aceleração da vida.

Os medos teletransportam-se do mundo real para o virtual, transfiguram-se em mísseis de ataqueou troféus de competição. Ninguém quer, como Séneca recomendava a Lucílio, entregar-se à sua verdade, ao culto demorado dos afectos partilhados e à alegria deste frugal modo de vida que constitui a única sabedoria digna desse nome.”

A propósito, excerto de “Cartas a Lucílio” da autoria de Séneca:

A alegria pode sofrer interrupções no caso de pessoas ainda insuficientemente avançadas, enquanto, no caso do sábio, o bem estar é um tecido contínuo que nenhuma ocorrência, nenhum acidente pode romper; em todo o tempo, em todo o lugar o sábio goza de tranquilidade! Porquê? Porque o sábio não depende de factores externos, não está à espera dos favores da fortuna ou dos outros homens. A sua felicidade está dentro dele; fazê-la vir de fora seria expulsá-la da alma, que é onde, de facto, a felicidade nasce! Pode uma vez por outra surgir qualquer ocorrência que lembre ao sábio a sua condição de mortal, mas ocorrências deste tipo são de somenos importância e não o atingem mais do que à flor da pele. O sábio, insisto, pode ser tocado ao de leve por um ou outro contratempo, mas para ele o sumo bem permanece inalterável. Volto a dizer que lhe podem ocorrer contratempos provindos do exterior, tal como um homem de físico robusto não está livre de um furúnculo ou de uma ferida superficial; em profundidade, porém, não há mal que o atinja.

A diferença existente, insisto ainda outra vez, entre o homem que atingiu a plenitude da sabedoria e aquele que ainda lá não chegou é a mesma que se verifica entre um homem são e um convalescente de doença grave e prolongada. Para este a diminuição da intensidade da doença já quase significa saúde mas, se não se precaver, o mal rapidamente se agrava e volta à primitiva forma; o sábio, em contrapartida, nem pode retroceder, nem sequer avançar mais na via da sapiência. A saúde do corpo está à mercê do tempo e o médico, se a pode restituir, não a pode garantir perpetuamente, e tanto assim é que com frequência o mesmo doente o volta de novo a chamar; a saúde da alma, essa - obtém-se de uma vez por todas - e totalmente! Dir-te-ei agora o que significa uma alma sã: é cada um contentar-se consigo mesmo, ter confiança em si próprio, saber que todos os votos feitos pelos homens, todos os benefícios que trocam entre si não têm a mínima importância para a obtenção da felicidade. Uma coisa passível de acréscimo não é uma coisa perfeita; o homem que quer vir a possuir uma permanente alegria, tem de fruir apenas do que efectivamente lhe pertence. Ora todos os bens a que o comum dos mortais aspira são, de uma forma ou outra, transitórios, pois de coisa alguma a fortuna nos permite a posse para sempre.”

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Edgar Morin

No dia 15 de março de 2011, Edgar Morin esteve no Rio de Janeiro a participar no seminário "Um pensamento do Sul". Muito interessante a sua comunicação que evoca o exemplo da resistência e vitória da democracia ateniense sobre os persas. A comunicação pode ser lida aqui.
A parte final da sua comunicação:

"Quando um sistema não é capaz de tratar seus problemas vitais e fundamentais, ele se desintegra, ou então é capaz de se metamorfosear, ou seja, de engendrar um metassistema mais rico que possa tratar esses problemas. O sistema Terra não consegue hoje tratar seus problemas vitais: o retorno da fome; a morte da humanidade representada pela utilização das armas nucleares; a degradação da natureza; a violência da economia. Nosso sistema encontra-se, portanto, condenado à morte ou à metamorfose. Claro, a metamorfose não se decreta. A metamorfose não se programa. Não se pode, talvez, até mesmo prever a forma que essa nova sociedade assumiria na escala do mundo, algo que certamente não negaria as pátrias, mas criaria uma verdadeira Terra-pátria. Então busquemos, busquemos os caminhos, caminhos improváveis, é verdade, mas possíveis, que permitirão caminhar na direção da metamorfose. Seria essa a missão grandiosa e universal do pensamento do Sul."

Caos em vez de música

Era este o título da notícia do jornal Pravda, referindo-se à música de Shostakovich, mais concretamente à sua ópera Lady Macbeth de Mtsensk.
A notícia pode ser lida aqui.
A música pode ser ouvida aqui. Música violenta que corresponde a imagens violentas.
Talvez a composição mais conhecida de Dimitri Shostakovich: a valsa n.º 2 que, antes de ter integrado a banda sonora de "De olhos bem fechados" foi difundida num anúncio a uma companhia de seguros. Pode ser visto aqui.
Poderosa é, sem dúvida, a música de Shostakovich. Aqui a Cheryomushki, opus 105, parte 1.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Rui Cardoso comenta o Expresso desta semana

Rui Cardoso comenta o Expresso desta semana - vídeo

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

"Eu não quero ser primeiro-ministro para dar empregos ao PSD"

Diário de Notícias de 1 de Junho de 2011 (notícia aqui):
"eu não quero ser primeiro-ministro para dar empregos ao PSD, eu não quero ser primeiro-ministro para proteger aqueles que são mais ricos em Portugal e os que vivem das rendas do Estado", disse Passos Coelho.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Apollonide - Memórias de um Bordel

No site da Visão/JL:
"Não há sombra de erotismo, antes de uma violência consentida e uma esperança enganada, que Bertrand não fecha no seu tempo. Elabora-o antes de forma a transportá-lo implicitamente para a atualidade, dando-lhe um ar de tese inacabada ou mera curiosidade sobre a 'mais velha profissão do mundo'. Ou apenas um fascínio sobre esta personagem sem tempo nem espaço a que se pode chamar: a prostituta."
Ler mais aqui
O trailer do filme aqui (ouve-se Bad Girl de Lee Moses)
Em Portugal, estreia amanhã.

E quem não puder pagar tem direito a viver?

Programa Contra Corrente, 10 de Janeiro de 2012 (Notícia no site do jornal Público aqui; imagens aqui):

A jornalista questiona António Barreto:
“Não acha abominável que se discuta se alguém que tem 70 anos tem direito à hemodiálise ou não?”
Perante a hesitação de António Barreto, Manuela Ferreira Leite respondeu:
“Tem sempre direito se pagar.”
A reacção a esta posição não veio do sociólogo António Barreto mas sim de António Vitorino.
Disse António Vitorino: “A mim choca-me pessoalmente a frase da doutora Manuela Ferreira Leite, que é quem tem mais de 70 anos e quer fazer hemodiálise paga. Não era, de certeza absoluta, esta a frase que ela queria exactamente dizer, na medida em que não é possível dizer que as pessoas que precisam de fazer hemodiálise e que tenham dinheiro é que podem passar para além da meta de 70 anos. Não é possível definir a questão nesses termos porque estamos a tratar de um problema de direitos humanos”.

Terrorismo

Notícia no site do jornal El País:
Um cientista nuclear iraniano morreu esta manhã num atentado à bomba em Teerão. Aparentemente, o passageiro de uma moto colou uma bomba magnética no veículo em que viajava Mostafa Ahmadi Roshan que, segundo a agência Fars, tinha chefiado um departamento nas instalações de enriquecimento de urânio de Natanz. Trata-se do quarto especialista ligado ao controverso programa atómico do Irão que é vítima de um ataque semelhante, num momento em que aumentam as tensões entre o Irão e os E.U.A. pelo avanço desse programa.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Catroga vai ganhar €45 mil por mês

Notícia no site do Expresso:
"O economista Eduardo Catroga vai ganhar um salário de 45 mil euros/mês, ou seja mais de 639 mil euros anuais, enquanto presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP, avança o "Correio da Manhã."

Catroga acumulará este salário com uma pensão de 9.600 euros.

Questionado pelo jornal, o ex-ministro social-democrata garantiu que metade do que ganha vai para impostos.

"50% do que eu ganho vai para impostos. Quanto mais ganhar, maior é a receita do Estado com o pagamento dos meus impostos, e isso tem um efeito redistributivo para as políticas sociais", disse Catroga ao jornal. 

O PS considerou que há um "conflito ético" na nomeação de Eduardo Catroga na EDP, uma vez que esteve envolvido nas negociações com a troika, que resultaram na privatização da empresa. 

O ex-ministro social-democrata deverá ser eleito Presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP na assembleia geral da EDP, agendada para 20 de fevereiro."
Particularmente interessante a tónica que Catroga coloca nos impostos que vai pagar, como quem diz:
- Fico feliz pelos impostos que vou pagar e não propriamente pelo que vou ganhar porque assim poderei contribuir directamente para a concretização das políticas sociais.

Limites ao défice e dívida não evitavam a crise actual. Nem a vão resolver

Declarações de Joseph Stiglitz (prémio Nobel da Economia) publicadas hoje no jornal i:
"Enquanto a zona euro for uma união monetária sem uma correspondente administração política e económica única, haverá o risco de alguns países serem forçados a sair do euro, ou de todo o projecto colapsar".
"As propostas [limitar dívida e défice por norma constitucional] não teriam evitado os problemas actuais", assegura, dando como exemplo o caso de Espanha e da Irlanda: "Tinham excedentes orçamentais e níveis baixos de dívida em relação ao seu produto interno bruto."
Joseph Stiglitz estará em Lisboa no próximo dia 18, no IV Congresso da Distribuição Moderna.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Escravos e chibatadas

Notícia no jornal "Correio da Manhã" de hoje:

"Christopher Braxton, pai de um rapaz de oito anos, aluno de uma escola de Norcross, Georgia (EUA), ficou perplexo perante o teor racista do trabalho de casa... “Cada árvore tem 65 laranjas. Se oito escravos as colherem, com quantas laranjas fica cada um?” e “Se Fred apanhasse duas chibatadas duas vezes por dia, numa semana quantas seriam?” foram algumas das questões. A escola já pediu desculpa."

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Keynes tinha razão

Artigo publicado no El País:

"La expansión, no la recesión, es el momento idóneo para la austeridad fiscal". Eso declaraba John Maynard Keynes en 1937, cuando Franklin Delano Roosevelt estaba a punto de darle la razón, al intentar equilibrar el presupuesto demasiado pronto y sumir la economía estadounidense -que había ido recuperándose a ritmo constante hasta ese momento- en una profunda recesión. Recortar el gasto público cuando la economía está deprimida deprime la economía todavía más; la austeridad debe esperar hasta que se haya puesto en marcha una fuerte recuperación.

Por desgracia, a finales de 2010 y principios del 2011, los políticos y legisladores en gran parte del mundo occidental creían que eran más listos, que debíamos centrarnos en los déficits, no en los puestos de trabajo, a pesar de que nuestras economías apenas habían empezado a recuperarse de la recesión que siguió a la crisis financiera. Y por actuar de acuerdo con esa creencia antikeynesiana, acabaron dándole la razón a Keynes una vez más.

Lógicamente, al reivindicar la economía keynesiana chocó con la opinión general. En Washington, en concreto, la mayoría considera que el fracaso del paquete de estímulos de Obama para impulsar el empleo ha demostrado que el gasto público no puede crear puestos de trabajo. Pero aquellos de nosotros que hicimos cálculos, nos percatamos, ya desde el primer momento, de que la Ley de Recuperación y Reinversión de 2009 (más de un tercio de la cual, por cierto, adquirió la relativamente ineficaz forma de recortes de impuestos) se quedaba demasiado corta teniendo en cuenta la gravedad de la recesión. Y también predijimos la violenta reacción política a la que dio lugar.

De modo que la verdadera prueba para la economía keynesiana no ha provenido de los tibios esfuerzos del Gobierno federal estadounidense para estimular la economía, que se vieron en buen parte contrarrestados por los recortes a escala estatal y local. En lugar de eso, ha venido de naciones europeas como Grecia e Irlanda que se han visto obligadas a imponer una austeridad fiscal atroz como condición para recibir préstamos de emergencia, y han sufrido recesiones económicas equiparables a la Depresión, con un descenso del PIB real en ambos países de más del 10%.

Según la ideología que domina gran parte de nuestra retórica política, esto no debía pasar. En marzo de 2011, el personal republicano del Comité Económico Conjunto del Congreso publicó un informe titulado Gasta menos, debe menos, desarrolla la economía. Se burlaban de las preocupaciones de que un recorte del gasto en tiempos de una recesión empeoraría la recesión, y sostenían que los recortes del gasto mejorarían la confianza del consumidor y de las empresas, y que ello podría perfectamente inducir un crecimiento más rápido, en vez de ralentizarlo.

Deberían haber sido más listos, incluso en aquel entonces: los supuestos ejemplos históricos de "austeridad expansionista" que empleaban para justificar su razonamiento ya habían sido rigurosamente desacreditados. Y también estaba el vergonzoso hecho de que mucha gente de la derecha ya había declarado prematuramente, a mediados de 2010, que la de Irlanda era una historia de éxito que demostraba las virtudes de los recortes del gasto, solo para ver cómo se agravaba la recesión irlandesa y se evaporaba cualquier confianza que los inversores pudieran haber sentido.

Por cierto que, aunque parezca mentira, este año ha vuelto a suceder lo mismo. Muchos proclamaron que Irlanda había superado el bache, y demostrado que la austeridad funciona (y luego llegaron las cifras, y eran tan deprimentes como antes).

Pero la insistencia en recortar inmediatamente el gasto siguió dominando el panorama político, con efectos malignos para la economía estadounidense. Es verdad que no hubo ninguna medida de austeridad nueva digna de mención a escala federal, pero sí hubo mucha austeridad "pasiva" a medida que el estímulo de Obama fue perdiendo fuerza y los Gobiernos estatales y locales con problemas de liquidez siguieron con los recortes.

Claro que, se podría argumentar que Grecia e Irlanda no tenían elección en cuanto a imponer la austeridad, o, en cualquier caso, ninguna opción aparte de suspender los pagos de su deuda y abandonar el euro. Pero otra lección que nos ha enseñado 2011 es que Estados Unidos tenía y sigue teniendo elección; puede que Washington esté obsesionado con el déficit, pero los mercados financieros están, en todo caso, indicándonos que deberíamos endeudarnos más.

Una vez más, se suponía que esto no debía pasar. Iniciamos 2011 con advertencias funestas sobre una crisis de la deuda al estilo griego que se produciría en cuanto la Reserva Federal dejara de comprar bonos, o las agencias de calificación pusieran fin a nuestra categoría de Triple A, o el superfabuloso comité no consiguiera alcanzar un acuerdo, o algo. Pero la Reserva Federal finalizó su programa de adquisición de bonos en junio; Standard & Poor's rebajó a Estados Unidos en agosto; el supercomité alcanzó un punto muerto en noviembre; y los costes de los préstamos de Estados Unidos no han parado de disminuir. De hecho, a estas alturas, los bonos estadounidenses protegidos de la inflación pagan un interés negativo. Los inversores están dispuestos a pagar a Estados Unidos para que les guarde su dinero.

La conclusión es que 2011 ha sido un año en el que nuestra élite política se obsesionó con los déficits a corto plazo que de hecho no son un problema y, de paso, empeoró el verdadero problema: una economía deprimida y un desempleo masivo.

La buena noticia, por decirlo así, es que el presidente Barack Obama por fin ha vuelto a luchar contra la austeridad prematura, y parece estar ganando la batalla política. Y es posible que uno de estos años acabemos siguiendo el consejo de Keynes, que sigue siendo tan válido hoy como lo era hace 75 años.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Melhores livros de 2011

Segundo um inquérito realizado pelo suplemento "Babelia" do jornal "El País" com a participação de 57 dos seus críticos e jornalistas, os melhores livros publicados em 2011, em Espanha, foram:
1 - Los enamoramientos de Javier Marías
2 - Libertad de Jonathan Franzen.
3 - Némesis, de Philip Roth