quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Haruki Murakami
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Noam Chomsky
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Morrer de fome é também crise?
Num só dia, encontramos centenas de referências, análises e notícias acerca da crise económica.
Da fome que mata cerca de 21000 crianças por dias, poucas ou nenhumas.
A fome afecta mil milhões de pessoas, a maioria vive no Terceiro Mundo. Mas, o Primeiro Mundo não está imune; a pobreza extrema está nas suas ruas: 49 milhões de estadunidenses passam fome, mais 20 milhões do que em 1980. A obesidade, o problema oposto, afecta outros mil milhões de pessoas. Um em cada três crianças e 67% dos adultos dos E.U.A. são obesos, mais do dobro que em 1980. Podemos ouvir aqui as declarações de Ellen Gustafson.
Extraído de ¿Es también crisis morirse de hambre?, da autoria de Ramón Lobo.
Tortura ou psicoterapia?
domingo, 13 de novembro de 2011
O dinheiro tornou-se obsoleto?
Excertos do texto de Anselm Jappe, publicado no suplemento Actual, do Expresso de ontem:
A crise confronta-nos com o paradoxo fundador da sociedade capitalista: a produção dos bens e serviços não é para ela um objectivo, mas apenas um meio. O único objectivo é a multiplicação do dinheiro, é investir um euro para conseguir dois. Quando este mecanismo entra em falha, é toda a produção real que sofre e que pode mesmo bloquear completamente. Ficamos então como Tântalo que, pelos crimes que cometeu, foi condenado a uma fome e sede eternas, apesar de ter alimento e bebidas aparentemente à descrição.
Não existe nenhuma crise na produção em si, o que já não funciona é o interface que se coloca entre humanos e o que eles produzem: o dinheiro. Teremos armazéns cheios, mas sem clientes, fábricas em condições de funcionar perfeitamente, mas sem ninguém que nelas trabalhe, escolas onde os professores já não se apresentam, porque ficaram durante meses sem salário.
As misérias do mundo devem-se a uma espécie de feitiço que separa os homens dos seus produtos.
Só nas últimas décadas é que chegámos ao ponto de quase toda a manifestação da vida passar pelo dinheiro e este se te infiltrado até aos recantos ínfimos da existência individual e colectiva. Sem o dinheiro, que faz circular as coisas, somos como um corpo sem sangue.
Assistimos a uma desvalorização do dinheiro enquanto tal, à perda do seu papel, à obsolescência.
A substituição do trabalho vivo – a única fonte do valor que, sob a forma de dinheiro, é a finalidade única da produção capitalista – pelas tecnologias, que não criam valor, quase fez secar a fonte da produção de valor. O capitalismo, ao desenvolver, sob a pressão da concorrência, as tecnologias, serrou, a longo termo, o ramo em que estava sentado. A não rentabilidade do emprego de capital só pode ser mascarada com um recurso cada vez mais maciço ao crédito, que é um consumo antecipado dos ganhos esperados para o futuro.
Ninguém pode dizer honestamente que sabe como organizar a vida de dezenas de milhões de pessoas quando o dinheiro tiver perdido a sua função. Seria bom admitir, pelo menos, o problema. É talvez necessário prepararmo-nos para o pós-dinheiro como para o pós-petróleo.
De mal a pior?
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Muita acção e pouco humor!
Muita acção e pouco humor é, de uma forma muito sintética, o que eu achei do filme “O Segredo do Licorne” de Steven Spielperg. A banda desenhada tem cenas de fino e superior humor que, neste filme, é afogado pelas ondas de acção e violência. O capitão Haddock, os irmãos Dupond e Dupont, Bianca Castafiore, personagens que a banda desenhada tão bem caracterizou, aparecem diluídos na acção. Da mesma forma que prefiro slow food, teria preferido um cinema em que pudéssemos saborear a riqueza das personagens criadas e tão bem definidas por Hergé.
Destas Aventuras de Tintim, não gostei!